sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Segunda Mesa do Debate Público aborda avanços com a Confecom

O jornalista Altamiro Borges, um dos integrantes da segunda mesa do Debate Público, parabenizou a iniciativa do governo em realizar a Conferência de Comunicação porque é uma oportunidade de debater o poder da mídia.
Ele colocou que a mídia é um meio que tem potencial pra erguer e derrubar, e que por isso deve-se discutir a comunicação como direito humano.
Uma preocupação abordada por Borges é que a concentração da mídia está na mão de pouquíssimos grupos. Na França, por exemplo, os principais grupos são fabricantes de canhão.
“A mídia tem o poder econômico e ideológico de fazer corações e mentes e pela primeira vez estamos tendo a oportunidade de colocá-la no banco de réus, por isso foi tão difícil fazê-la e está sendo uma das últimas a ser realizada no país. No Brasil, os grandes grupos fizeram e estão fazendo de tudo para evitá-la”, disse.
E completou: “O termo liberdade de imprensa na boca dos barões da mídia é pura retórica. Eles defendem liberdade de empresa e não de imprensa”.
Nesse contexto, Borges pontuou que a conferencia já tem de cara uma vitória: possibilitar o debate que deixa de ser de jornalistas e estudantes de comunicação e passa a ser um debate da sociedade. “É um grande conquista fruto de muita pressão social”, enfatizou.
O jornalista justificou sua afirmação acrescentando ainda que a comunicação é quase um tema tabu, como a questão da oligarquia econômica, por exemplo.
Ao final, Borges avaliou que o fato de as pessoas irem entendendo que o tema faz parte de sua vida e esse é o primeiro ponto positivo, da Confecom e sinalizou três propostas de políticas públicas que devem estar no centro do debate: a descriminalização das rádios comunitárias, o desenvolvimento de uma ampla política publica de inclusão digital e por último reforçar o sistema publico de comunicação, diminuindo o percentual de concentração no privado que hoje é de mais de 85%.
Também fizeram parte da segunda mesa de debate os jornalistas Marcos Afonso, Toinho Alves e Aníbal Diniz.
LAMLID NOBRE